Assistir muito pornô faz mal? Esta é uma questão que todos nos perguntamos com frequência. E a resposta é: depende da quantidade. Em doses baixas e para um cérebro “velho” não faz mal, embora não exista uma medida desejável. Em altas doses, e em um cérebro jovem, é claramente prejudicial.
A Internet facilitou o consumo de pornografia. Infelizmente, é muito fácil o acesso para aqueles que causam mais danos: crianças, adolescentes e jovens adultos.
Diversas pesquisas já constataram que aproximadamente 90% dos homens e 60% das mulheres chegaram a ver conteúdo adulto antes dos 18 anos de idade.
Observamos que o consumo desse tipo de material na web diminui à medida que aumenta a idade do usuário. O número é reduzido pela metade entre pessoas com mais de 40 e menos de 50 anos.
Há uma diferença clara e inegável que depende do gênero: os homens consomem mais pornô do que as mulheres. Elas preferem conversas sexuais, preferem a interação como um método de estimulação.
As pessoas que veem pornografia geralmente fazem isso mais ocasionalmente do que assiduamente. Em média acontece da seguinte maneira:
- 50% chegam a passar uma hora ou menos por semana assistindo vídeo erótico;
- 45% gastam entre uma e dez horas por semana;
- 8%, mais de onze horas por semana;
- 0,5%, mais de setenta horas por semana.
Vários membros da comunidade médica concordam que o último grupo pode ser considerado “viciado” em pornografia. Ou seja, neste caso, assistir muito pornô faz mal a eles.
Assistir muito pornô faz mal em vários sentidos
A pornografia em excesso é prejudicial. Ela produz mudanças na psicologia daqueles que a consomem, assim como na capacidade de interagir romanticamente como casal.
Diversos casais já atestaram que isso acaba reagindo negativamente no relacionamento, deixando uma das partes inseguras. Outro ponto a se levantar é o desempenho, que acaba diminuindo e causando insatisfação no parceiro.
Já foi constatado também que o consumo excessivo de material adulto gera mudanças na forma como um homem se relaciona com a companheira. Isso gera uma tendência para um comportamento mais agressivo, especialmente quando o usuário vê pornô violento.
Da mesma forma, o consumidor se torna menos comunicativo, mais insensível aos desejos e à presença do outro. Estudos mostram – mas não concluem – que existe uma relação entre o conteúdo erótico explicito, traços misóginos e atitude despótica em relação às mulheres.
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Assistir muito pornô acaba viciando e causando transtornos mentais e físicos
Assistir muito pornô faz mal porque se assemelha ao vício do jogo, das drogas e do álcool. Eles compartilham alguns aspectos comuns, como a falta de controle sobre seu uso e a continuação dele, apesar do reconhecimento dos efeitos negativos. Além do mais, não desenvolve tolerância, e sim, síndrome de abstinência: duas características dos vícios.
Quando a pornografia tem seu consumo excessivo, pode reduzir a capacidade de executar bem as tarefas práticas da vida e reduzir a capacidade de sentir a satisfação sexual.
Sugere-se que altos estados de excitação alcançados com esse tipo de conteúdo erótico, estimulam comportamentos impulsivos e produzem um sentimento de “preocupação” constante.
Na sexualidade, o dano é evidente. Entre os jovens que costumam ter essa conduta, existem alguns percentuais preocupantes:
- A taxa de disfunção erétil é de 27 a 33%;
- A taxa de baixa libido é entre 16 e 37%;
- Chega a quase 70% em homens com mais de 40 anos de idade.
A “anorexia sexual”, descrita como falta de desejo, é outro dos seus efeitos. Isso acaba destruindo relacionamentos. Sem contar os inúmeros outros problemas:
- Anorgasmia;
- Baixo desejo sexual;
- Retardo na ejaculação;
- Menor ativação cerebral diante de imagens sexuais sem movimento.
Apenas uma minoria de pessoas não tem nenhum efeito negativo ao assistir pornô. Só não existe nenhum relato de que há qualquer correlação entre o uso intenso desse tipo de material e uma alta libido.
Assistir muito pornô faz mal por causa da conduta com o próximo
Muitos homens jovens ficam intrigados quando descobrem que a reação do seu organismo com relação aos seus atos compulsivos é ruim: má ereção e ejaculação retardada.
O consumidor de pornografia está acostumado a associar a resposta sexual a choque, surpresa ou ansiedade. Isso aumenta a dopamina e a excitação sexual. Esses aspectos ocorrem na vida real, mas muito raramente.
O lado virtual cria uma grande separação entre os dois mundos. Muitos indivíduos se apegam à ilusão de que se faz sexo com mais pessoas em menos tempo e essas pessoas são perfeitas do ponto de vista estético.
Esses indivíduos acabam esquecendo-se que a sexualidade não é apenas penetração e ejaculação. A sexualidade envolve âmbitos como:
- Compromisso;
- Romantismo;
- Carinho;
- Demonstrações de amor;
- Criações de laços entre dois serem que se amam;
- Intimidade psicológica;
- Confiança.
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A relação do conteúdo adulto com o cérebro
A pornografia provoca uma diminuição da massa cinzenta, bem como a resposta de excitação a imagens sem movimento ou fotografias sexuais. O consumo de material erótico em demasia acaba anulando a capacidade para o prazer na vida real.
Acredita-se que um prazer diminuído em resposta a vida real (dessensibilização), juntamente com um cérebro ansioso que busca alívio curto prazo (sensibilização), é o que está na base da maioria dos vícios.
Estudos repetidos mostraram que eliminar o pornô da vida melhora significativamente:
- A capacidade de retardar gratificações na busca de recompensas futuras mais valiosas;
- Melhora a libido e a capacidade de manter uma ereção durante a relação sexual;
- Prolonga o interesse pelo casal.
Entre outros benefícios, destacam-se:
- Melhora na capacidade de pensar;
- Reduz a ansiedade social;
- Reduz os comportamentos compulsivos;
- Melhora a memória e a motivação;
- Aumenta o carisma;
- Proporciona o retorno ao aprofundamento das relações com as pessoas.
Outro aspecto a considerar é que, quando a pornografia é consumida, a máfia que a produz está sendo patrocinada. A maioria das atrizes perde seus empregos rapidamente e é substituída por novas.
A sociedade discrimina-as, considera-as prostitutas e não abre uma posição para elas. São histórias muito tristes do mundo do entretenimento adulto.
Nesse sentido, você tem que pensar muito bem quando se trata de responder à velha questão: assistir muito pornô faz mal?
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